segunda-feira, 12 de julho de 2010

Equador pede que empresas financeiras vendam sua participação na mídia

O presidente do Equador, Rafael Correa, deu um prazo até outubro para que as empresas financeiras no país vendam sua participação no setor de mídia, afirmando que banqueiros devem ser banqueiros, não jornalistas.

A declaração, feita durante o programa semanal na TV do presidente, foi feita quando o Congresso está prestes a debater uma medida criando um órgão supervisor para assegurar que jornalistas de meios impressos e eletrônicos são verdadeiros e razoáveis.

Banqueiros, dediquem-se aos bancos, disse Correa.Vocês têm até outubro para vender sua participação na mídia. Vocês serão banqueiros ou jornalistas. Não podem ser os dois.

A medida parece altamente direcionada a canais de TV privados, como a Teleamazonas, que é de um conglomerado financeiro e tem sido crítica à revolução de Correa.

Jornalistas e grupos de direitos humanos disseram que a proposta de lei do Congresso para estabelecer um órgão supervisor de mídia baseia-se em padrões subjetivos demais para serem colocados em prática de forma justa.

Eleito em 2006, Correa tem tentado reduzir o poder do que chama de elite corrupta equatoriana. Empresas de mídia e bancos são alvos comuns de suas críticas.

A TV estatal do Equador têm exibido propagandas, durante partidas da Copa do Mundo, acusando jornalistas de distorcer a verdade.

A associação de TVs do país disse que as mensagens têm fomentado a desunião e a criação de um estigma daqueles que não se submetem aos interesses dos poderosos e pediu que o governo pare de transmitir esses anúncios.

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