segunda-feira, 12 de julho de 2010

Bolívia quer que água seja declarada direito humano

O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou hoje que seu Governo apresentou perante as Nações Unidas um projeto de resolução para que o acesso à água seja um direito humano.
Em entrevista coletiva no Palácio de Governo, Morales ressaltou que o direito à vida, incluído na carta de Direitos Humanos da ONU, "é impossível" sem a água.
"Meu pedido, desde a Bolívia, aos presidentes e aos Governos dos cinco continentes que são parte das Nações Unidas, é que aprovem a água como direito humano", sentenciou.
O líder lembrou que a Constituição de seu país, promulgada no ano passado, já considera o acesso à água um direito da população boliviana, e agora espera que se faça o mesmo no organismo internacional.
Segundo Morales, isso ajudaria a cumprir com os Objetivos do Milênio para o ano 2015, entre os quais se encontra a dotação de água potável e saneamento em todo o mundo.
"Seria totalmente contraditório para as Nações Unidas dizer que aprova como objetivo dotar o mundo de água potável e saneamento, e não declarar a água um direito humano", opinou.
Morales fez uma chamada aos movimentos sociais para que pressionem os Governos "que não querem debater".
"Se a água continuar sendo um negócio privado, é uma forma de prejudicar os direitos humanos e por isso deve haver uma resolução para declarar a água um direito humano no mundo todo. (...) Em alguns países, infelizmente, ela está como um direito e negócio privado, quando deveria ser de serviço público", assegurou.
Morales explicou que por causa da mudança climática, a falta de água afeta cada vez mais o mundo.
"Sem água não podemos viver, estamos trabalhando para que a água seja declarada um direito humano", concluiu.

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